CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA – LICENCIATURA – EAD
Nome: Luciane da Silva Dutra
Município: Porto Alegre
Estado: RS
Turma: 489
Pólo: Porto Alegre/RS
Tutor(a): Nathalie Schneider
Semestre/Ano: 6/2010
AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO¹
Luciane da Silva Dutra²
RESUMO
Nos tempos atuais precisamos formar cidadãos com novas competências, capazes de gerenciar informações e trabalhar em grupo. Urge que estamos capacitados para discutir e utilizar tecnologias em situações oportunas de aprendizagem. Para isso, além de conhecê-las, é preciso vivenciá-las. O presente artigo tem a finalidade de abordar a temática das tecnologias educacionais e o seu poder de transformação, uma vez que, a partir da sua utilização, é possível acessar e compartilhar um grande volume de informações, em diferentes formatos, propiciando a interação com pessoas distantes, acompanhando em tempo real os acontecimentos em diversos locais do planeta. Além disso, destaca a preocupação no tocante a importância da inclusão digital, que tem o intuito de propiciar uma cultura tecnológica de base, possibilitando aos cidadãos a utilização dessas tecnologias já na escola, aprendendo a localizar e utilizar melhor a informação. Entretanto, para que isso ocorra, é preciso ter professores capacitados para interagir com as novas tecnologias, que reconheçam a importância das novas formas de aprendizagem, visando preparar os alunos para serem sujeitos que possam exercer plenamente sua cidadania na sociedade da informação.
Palavras-chave:Tecnologias Educacionais. Informática. Educação. Computador. Informação.
1. Artigo apresentado na Disciplina de Estágio Curricular IV ao Curso de Graduação em Pedagogia – Licenciatura - EAD da Universidade Luterana do Brasil, como requisito parcial para conclusão de Curso.
2. Acadêmica, professora da rede privada do município de Viamão, RS.
INTRODUÇÃO
As tecnologias, de um modo geral, ampliam o potencial humano, tanto físico quanto intelectual. As tecnologias educacionais ampliam as possibilidades do professor ensinar e do aluno aprender. Muitas são as tecnologias que auxiliam no processo educacional: televisão, vídeo, DVD, computadores conectados a internet. Atualmente, o computador é uma ferramenta indispensável na vida cotidiana, seja profissionalmente, seja como instrumento de pesquisa, comunicação pessoal e entretenimento.
A escola é uma instituição que há cinco mil anos se baseia no falar/ditar do mestre, na escrita manuscrita do aluno e, há quatro séculos, em um uso moderado da impressão. Uma verdadeira integração da informática (como do audiovisual) supõe portanto o abandono de um hábito antropológico mais que milenar, o que não pode ser feito em alguns anos (Lévy, 1993, p.8).
A escola deve incorporar em seu trabalho, apoiado na oralidade e na escrita, outras formas de aprender (apoiadas na visão, na audição, na simulação, na criação) possíveis com uma tecnologia cada vez mais avançada. É de suma importância que elas ofereçam acesso a tecnologia porque a mesma pode ser usada para dar suporte ao aprendizado natural.
A Escola Vinte de Setembro, na qual foi desenvolvido o estágio IV, está situada na zona urbana do município de Viamão, região metropolitana de Porto Alegre. A grande maioria dos alunos matriculados reside no mesmo bairro de localização da escola, ou em vilas adjacentes, que são comunidades de perfil socioeconômico periférico com predominância de atividades de baixa renda. Apesar de estar bem equipada tecnologicamente, não utiliza os recursos que possui, fato este que justifica a escolha do tema “Tecnologias Educacionais e Informática na Educação”.
No decorrer do estágio, foram realizados alguns trabalhos no laboratório de informática e na sala de audiovisuais. Os alunos mostraram-se interessados e surpresos por poderem utilizar um ambiente de aprendizado diferenciado do que a habitual sala de aula. Foram questionados alguns professores quanto a não utilização dessas tecnologias educacionais. Uns não demonstravam nenhum interesse, outros diziam que não estavam acostumados com estas modernidades, preferiam ministrar suas aulas tradicionais, utilizando apenas o quadro e o giz.
É grande a tentação de condenar ou ignorar aquilo que nos é estranho. É mesmo possível que não nos apercebamos da existência de novos estilos de saber, simplesmente porque eles não correspondem aos critérios e definições que nos constituíram e que herdamos da tradição. Da mesma forma, é tentador identificar certos procedimentos contemporâneos de comunicação e tratamento, bastante grosseiros, com o conjunto de tecnologias intelectuais ligadas aos computadores, confundindo assim o devir da cultura informatizada com seus balbucios iniciais (Lévy, 1993, p.117).
A inserção de computadores na escola, então, deve dar conta de um duplo desafio: social – preparação dos futuros cidadãos – e pedagógico – melhor atendimento as necessidades de aprendizagem dos sujeitos (TAJRA, 1998, p.34).
Muitas crianças já vivenciam a cultura tecnológica em casa, mas para alguns a escola é a única oportunidade de acesso que possuem. Por isso é importante que a escola, pública ou privada, esteja bem aparelhada e com professores que estejam preparados, e dispostos, a utilizar métodos diferenciados de ensino.
PROGRAMAS EDUCACIONAIS
Existem programas pensados a partir de concepções pedagógicas, que desempenham um papel educacional, tais como o Telecurso 2000, que oferece programas com conteúdos das séries finais do Ensino Fundamental e Médio e os programas da TV Escola, do Ministério da Educação, que produz uma série de programas educativos, além de outros para a capacitação docente (“Salto para o futuro”). Todas as escolas do país com mais de cem alunos e energia elétrica têm direito a receber um “Kit Tecnológico”, com TV, videocassete, antena parabólica e fitas virgens para gravar programas de seu interesse e, após, utilizá-los com a comunidade educativa.
ENSINO/APRENDIZAGEM COM A INFORMÁTICA
Perrenoud (2000, p. 125-139), em seu livro Dez novas competências para ensinar, afirma que uma das competências esperadas de um professor na atualidade é “utilizar novas tecnologias”, referindo-se às ligadas à informática. Quatro grandes referenciais são destacados por ele: utilizar editores de textos, possibilitando o ir e vir entre o texto em construção e mesmo a elaboração de hipertextos / explorar as potencialidades didáticas dos programas em relação aos objetivos de ensino, tanto de softwares aplicativos de uso geral (editores de textos, planilhas e apresentações eletrônicas, bancos de dados...) quanto de softwares educativos (promovem o ensino e auxiliam na construção do conhecimento) / comunicar-se a distância por meio de telemática, ampliando o acesso às informações e o desenvolvimento de processos colaborativos / utilizar as ferramentas multimídia de ensino, pelo amplo potencial que apresentam de auxiliar no processo cognitivo humano.
Durante o estágio IV, foram utilizados softwares educacionais (Paint e TuxPaint) que permitem a criação de desenhos a partir de diversas ferramentas como lápis, pincel, apagador, tinta, formas geométricas, coles e letras. Criatividade e organização podem ser explorados nesse software, que também auxilia no desenvolvimento infantil, por possibilitar trabalhar com diferentes habilidades, em propostas lúdicas e envolventes
JOGOS DE COMPUTADOR
Muitos softwares trabalham de forma lúdica com a organização e a discriminação visual, auditiva e temporal, bem como a questão da lateralidade e coordenação viso-motora. Os jogos de computador atraem as crianças, por serem envolventes e, além disso, implementam desafios relacionados à escrita e à leitura de palavras, raciocínio lógico ou questões de múltiplas escolhas. Eles podem ser utilizados como estratégias educacionais. Alguns jogos de alfabetização, por exemplo, podem ser encontrados em sites idealizados por universidades. Em grande parte, não há custos e os jogos podem ser baixados ou jogados diretamente na internet. Há, também,. jogos e desenhos cujo objetivo é estabelecer estratégias para a resolução dos problemas propostos.
INTERNET
Através da internet é possível obter acesso a um vasto volume de informações e serviços, visitar portais sobre um tema, buscar informações em periódicos on-line, consultar bibliotecas, dicionários ou mesmo pesquisar em ferramentas de busca como o google, yahoo e o altavista. Vários portais desenvolvidos por empresas oferecem conteúdo educacional e, além desses portais, um portal fundamental para qualquer professor brasileiro é o do Ministério da Educação (http://portal.mec.gov.br), onde estão disponíveis todos os programas e legislação do Governo Federal referentes à educação. Contudo, a facilidade do acesso a internet ocasionou uma superficialidade das pesquisas escolares. Frequentemente há casos de alunos que copiam na trabalhos na íntegra encontrados em sites da rede. Para evitar isso aconteça, e aconselhável que o professor indique ao aluno o sites que ele deve pesquisar, sendo necessário que o aluno tenha visões diferentes do assunto em questão e que faça questões que dependam de uma elaboração própria. A expectativa dos alunos referente ao uso do laboratório de informática nas escolas, segundo suas experiências fora do ambiente escolar, é que somente se utiliza internet para jogos, orkut, msn, sendo que é este o contexto formado pelas Lan Houses, que é o principal meio o em que muitos tem acesso. É exceção a mínima parte de alunos que procura a Lan House para fazer trabalhos e pesquisas. Frente a esta realidade diagnóstica, percebe-se o quanto se tem ainda que trabalhar o contexto da informática educativa com os alunos, professores e comunidade. Disseminando o uso do computador como ferramenta Pedagógica e transdisciplinar em paralelo com os conteúdos de sala de aula, levando em conta a realidade de cada turma, no desenvolvimento de habilidades, atenuando e até mesmo sanando muitas dificuldades de aprendizagem que são apresentadas em sala de aula, sendo um recurso favorável na redução da reprovação e evasão escolar. A escola precisa incluir no currículo a “educação para os meios”, ensinando a usar a internet de forma crítica.
ACESSIBILIDADE
A Educação Inclusiva é uma prática inovadora que está enfatizando a qualidade de ensino para todos os alunos, exigindo que a escola se modernize e que os professores aperfeiçoem em suas práticas pedagógicas. É um novo paradigma que desafia o cotidiano escolar brasileiro. São barreiras a serem superadas por todos: profissionais da educação, comunidade, pais e alunos. É nesse contexto que muitas tecnologias assistivas vêm sendo desenvolvidas para possibilitar que deficientes possam utilizar o computador. Para aqueles que possuem limitação visual, há sites que disponibilizam textos, poemas ou mesmo obras completas lidas, para que sejam escutadas. Existem softwares que fazem a leitura da tela de computador e outros que trabalham com o reconhecimento de voz, aceitando comandos falados. Para os que ainda tem algum grau de visão, é possível alterar configurações de visualização ou mesmo utilizar programas ampliadores de tela, que funcionam como lentes de aumento. Para aprender a comunicar-se com pessoas surdas, há na web, por exemplo, dicionários multimídia de Libras(Língua Brasileira de Sinais), através de vídeos de como representar essa palavra em linguagem de sinais, com uma imagem que mostra o formato da mão. Além disso, há exemplos contextualizando a palavra em frases e indicando como construir a frase com uma composição de movimentos. Para pessoas com dificuldades motoras, vários equipamentos vêm sendo desenvolvidos: teclados especiais, mouses diferentes e novos dispositivos que permitem captar os comandos que o usuário deseja realizar. Há também projetos que trabalham com pessoas com Síndrome de Down, utilizando a linguagem logo, construção de páginas e interação na internet. As tecnologias assistivas oportunizam aos portadores de deficiência novas formas de interação, não apenas com máquinas, mas também, através delas, com outras pessoas.
Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem, conhecidos como AVA, são centrados no aluno que, ao ingressar no ambiente, poderá encontrar a sua disposição listagem com as disciplinas que cursa a distância, para que possa escolher em qual ingressar cronograma (listagem de atividades e datas), email (acesso a caixa postal interna) e desempenho (notas). Além disso, o aluno pode ingressar na sala virtual da disciplina, para buscar informações e interagir através de ferramentas disponíveis. A metodologia do ensino a distância é uma tecnologia educacional que revitalizou-se enormemente com o desenvolvimento das TIC's (Tecnologias de Comunicação e da Informação), dentre outras razões porque a sociedade vem se informatizando a tem determinado que ultrapassemos os limites da educação tradicional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Toda essa discussão auxilia na compreensão das estruturas de funcionamento das tecnologias educacionais. O computador é uma ferramenta importante para mudar a escola, mas não é a única. A transformação mais urgente é a mudança do pensamento dos professores. Diversas áreas se beneficiam do desenvolvimento tecnológico e a educação deve utilizá-lo também no sentido de trazer ganhos pedagógicos.
Os professores costumam utilizar tecnologias que dominam e deixar de lado as produzidas e utilizadas na contemporaneidade [...], dificultando aos seus alunos a compreensão da cultura do seu tempo e o desenvolvimento do juízo crítico sobre elas (Sancho, 1998, p.40).
Nesse sentido, é possível promover novos ambientes de ensino e aprendizagem que respeitem as diferenças individuais, oportunizando atividades em que o conhecimento seja construído coletivamente pelos sujeitos. Para superar essa questão, é preciso investir em recursos e na capacitação docente, buscando conhecer e discutir formas de utilização de tecnologias no campo educacional, com o propósito de atualizar e qualificar os processos educativos.
As etapas dos estágios foram valiosas para a formação acadêmica e profissional, pois através delas foi oportunizado o descobrimento de realidades antes desconhecidas. Ao termino dos escritos, pode-se concluir que a educação ultrapassa as fronteiras de uma sala de aula, podendo ser explorada em vários ambientes e de diversas formas.
As tecnologias educacionais e a informática na educação podem ser utilizadas desde os anos iniciais, por crianças consideradas “normais” ou por aquelas com qualquer tipo de deficiência, até o ensino superior. E foi por intermédio de uma dessas tecnologias que surgiu a possibilidade de cursar a Faculdade de Pedagogia EAD onde, através dos embasamentos teóricos e das práticas realizadas, foram fornecidos subsídios necessários e enriquecedores para atuação no campo educacional de Licenciatura em Pedagogia.
REFERÊNCIAS
KAMPFF, Adriana Justin Cerveira. Tecnologia da informação e comunicação na educação. Curitiba: IESDE Brasil S.A, 2006
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
ROSA, Suely P.S.; DELOU, Cristina M.C.; OLIVEIRA, Eloíza da S.G. de. Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Inclusão. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2008. 320 p.
SANCHO, Juana Maria (Org.) Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre: Artmed, 1998.
TAJRA, Sanmya Feitora. Informática na educação: professor na atualidade. São Paulo: Érica, 1998.
